quinta-feira, 31 de julho de 2014

A hora das sessenta e quatro casas

O campeão Magnus Carlsen na sua chegada á cidade sede da Olimpíada
Depois de sediar a Copa do Mundo –uma monumental prova envolvendo a alguns dos melhores enxadristas do mundo em torneio por eliminatórias, classificando para o torneio de Candidatos que a sua vez determina o desafiante do campeão mundial-, a cidade norueguesa de Tromso recebe a 41ª edição da Olimpíada, entre os dias 1 e 14 de agosto, com uma grande participação (178 equipes no torneio absoluto e 139 no feminino) e muita expectativa de observar um xadrez de alto voo, considerando algumas das figuras presentes.
No entanto, a competição teve um começo com polêmicas, envolvendo primeiro falta de verba que fez perigar a própria realização da festa, e logo as discussões envolvendo a inscrição de algumas equipes que foram rejeitadas por não entrar na data limite, entre elas a da equipe feminina de Rússia, o que provocou protestos que finalizaram com a reconsideração da medida. Agora todo isso ficou trás, e a hora das sessenta e quatro casas chegou. Mas as polêmicas prometem continuar, desde que na agenda da festa olímpica está incluída a realização do 85º congresso da FIDE que determinará, entre outras questões, se o atual presidente da entidade, Kirsan Ilyumzhinov, segue no seu posto. A eleição o coloca enfrentando ao ex-campeão mundial Garri Kasparov, uma lenda do xadrez que venceu todo quanto se podia ganhar nos anos oitenta e noventa nos tabuleiros, porém que politicamente se mostra polêmico e organizativamente não tem a mesma altura.
Talvez igual de emocionante, porém no marco estritamente esportivo, promete ser a briga pelas medalhas dentro do tabuleiro. Na categoria absoluta há claros favoritos nas equipes de Rússia (que tenta acabar com a sequia das últimas edições com um time composto por Karjakin, Kramnik, Grischuk, Svidler e Nepomniachtchi), Armênia (ganharam ouro em três das últimas quatro olimpíadas, com o número 2 do rating fide Levon Aronian na cabeça), Ucrânia, França (chega com a sua melhor equipe de todos os tempos) e os Estados Unidos. Possíveis surpresas? China, que se vem superando em cada edição e mostra um crescimento acelerado no domínio do jogo ciência. E quer ser outra Noruega, que chega entonada com o campeão mundial Magnus Carlsen no primeiro tabuleiro. Brasil, entretanto, aparece na 30ª colocação na prévia, com um time formado por Rafael Leitão, Gilberto Milos, Krikor Mekhitarian, Alexandr Fier e Felipe El Debs.

Já no feminino, as suspeitas de sempre: China, Rússia, Ucrânia e Geórgia são firmes candidatas às medalhas. O resto acompanha, e tenta dar zebra. Tomara que uma delas (para bem) fosse dada pelo Brasil, 50ª favorita e integrada por Vanessa Feliciano, Juliana Terao, Joara Chaves, Regina Ribeiro e Suzana Chang.

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